sábado, 9 de abril de 2016

Safe House


"(...) Como já sabemos, a impressão terrificante de desamparo na infância despertou a necessidade de proteção através do amor (...), o reconhecimento de que esse desamparo perdura através de toda a vida (...)."

"O Futuro de uma Ilusão" , Freud, 1927


Illustração de Moda- Criança

Uma pequena experiência para praticar o uso de aguarelas


segunda-feira, 28 de março de 2016

Arts of Fashion Competition 2015 - Translation

Ilustrações Finais da minha proposta para a AOF 2015, sob o tema "Translation".



Ilustração - Valentino- Resort 2015




Ilustração - A Senhora do Vestido às Riscas

O desenho é realmente uma das grandes paixões da minha vida. 
Foi por ele que escolhi estudar Design de Moda e muitos dos trabalhos que faço fora da escola, envolvem o desenho.
A Ilustração de Moda é uma vertente desta indústria que tenho vindo a descobrir ao longo do curso, e que garantidamente vou continuar a explorar, pois se surgir a oportunidade de trabalhar como ilustradora, não tenho dúvidas que me sentirei bastante realizada.
As imagens seguintes são o resultado de exercícios realizados em aula e também em casa, tendo  inclusive dois deles sido expostos no Museu Francisco Tavares Proença Júnior, em Castelo Branco, a propósito da divulgação de trabalhos de alunos.





sexta-feira, 25 de março de 2016

Adeus (2)

Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas, 
gastámos as mão à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.
Meto as mãos nas algibeiras
e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro!
Era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes!
e eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos,
no tempo em que o teu corpo era um aquário,
no tempo em que os meus olhos
eram peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco, mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.
Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor...,
já se não passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.
Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.
Adeus.
Eugénio de Andrade